Informação versus opinião. Existe a possibilidade de objetividade no jornalismo?

O Professor Manuel Chaparro postou aqui no Facebook – e veio parar nessa minha página – sua antiga tese (partilhada por muitos teóricos que de jornalismo real pouco entendem) de que não existe informação distinta de opinião, ou, no extremo, que a objetividade é impossível em jornalismo.Não vou travar aqui uma discussão teórica que assanha todos os ingênuos que acreditam na possibilidade de impor ao mundo sua visão das coisas através de veículos que sustentam, como razão de sobrevivência, posição contrária.
Quero, no entanto, lembrar que a defesa 

- da objetivação do discurso; 
- da linguagem mais convencional, durável, corrente e, portanto, menos ideologicamente comprometida; 
- do compromisso primordial com os fatos e com a integridade dos testemunhos 


é a única defesa que o jornalista tem contra a sistemática deformação das narrativas imposta pelo compromisso político do patronato – como, em outro contexto, por eventuais agentes de um poder discricionário.
Mesmo a interpretação das informações confrontando umas com as outras ou reportando-se a teorias explicitadas ou citações de autoridade não se confunde com a opinião do jornalista ou da empresa – que deve ser claramente manifesta.
A postura do Professor Chaparro, de cuja banca de doutorado participei, serve para validar a voga dos editoriais fantasiados de reportagem; o protagonismo nas redações dessa praga de palpiteiros que inclui assalariados de grupos de poder, maridos e esposas de conhecidos militantes políticos ou seus assessores, fanáticos de carteirinha, carreiristas de academia e picaretas avulsos; e a fantástica perda de credibilidade em nosso ofício que tudo isso causa.

 

Fonte: prrof. Nilson Lage, da UFSC

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